segunda-feira, 9 de maio de 2011

Desconstruindo o Sujeito

       A problemática do sujeito tem origem no mundo moderno. Os antigos gregos criaram uma extensa gama de conhecimentos científicos, fundamentos do pensamento filosófico, porém, negligenciaram o problema do sujeito.
       Através do estudo dos problemas da natureza criaram a física, matemática,astrologia, lógica originando o pensamento ocidental. Em contraponto a filosofia moderna ocidental se ocupava em indagar sobre o conhecimento. A era medieval ansiava de armas que os libertassem das amarras feudal e do clero. A partir dai, o homem coloca-se como centro de interesses e decisões sobre sua própria existência, afastando-se do transcendente ganhando conciência de sua subjetividade, ficando entre a realidade e o conhecimento.
      Descartes foi o primeiro pensador a colocar a pergunta. Quem sou? "Um sujeito que pensa". Seu pensamento cartesiano que dúvida de todo conhecimento que o preceda inaugura uma verdade de primeira indubidavel. Eu penso, se penso existo.
      Kant contribuiu para a construçao de um novo sujeito, para ele a conciência lida com fenomênos, o real não é externo ao indivíduo, mas é traduzido no interior de si mesmo. Para Kant a razão é o núcleo do sujeito moderno.
      Rousseau sugere  que a reflexão surge tardiamente no homem, segundo ele o homem em estado de natureza é desprovido de razão e reflexão. O que torna o homem um ser sociável é sua capacidade distintiva e quase ilimitada de desenvolver potencialidades.Para Rousseau o homem é um sujeito do sentimento e não da razão.
      No mundo moderno o sujeito ganha conciência que é uma entidade racional, moral e psicológica, tornando-se soberano, autonômo, estável e compreende que é um ser que pensa e interage com um mundo objetivo. O homem entra em contato consigo mesmo através de movimentos modernos como o Renascimento, Protestantismo, Iluminismo que libertaram a conciência individual das instituições religiosas medievais.
      Continuamos evoluindo e a partir de Karl Marx, o sujeito é determinado por aquilo que faz. As manifestaçãoes de vida refletem aquilo que realmente são, com uma concepção de materialismo, o sujeito é determinado por aquilo que ele faz.
      Marx nos ensina que se examinarmos o homem pela maneira como produz seus bens necessários à vida é possivel compreender as formas de seu pensamento, moral e filosofia.
      Já Nietzsche desconstuiu a noção do sujeito moderno. Para ele o sujeito emerge através das relações de poder, perdendo o sentido do eu fixo, estável, pois o homem é uma espécie cujas qualidades não estão fixadas.
       Freud golpeou nosso narcissismo duramente, mostrando que somos dominados por impulsos cegos e irracionais inconcientes. Diz ele que o eu não é o dono da casa e que o sujeito é um ser da inconciência e governado por um querer cego e irracional. Da-le Freud!
      Ai chega Michael Foucalt que dedicou sua vida a estudar os diferentes modos pelos quais nossa cultura, os seres humanos tornam-se sujeitos. Ele pensa a constituição do sujeito a partir das formas de discurso de  relaçoes de poder. Segundo Foucalt, através do surgimento de conhecimentos como a sociologia, psicopatologias, criminologia,psicanalise e que através dessas práticas regulares de controle, que se modificam através da história, definiram-se tipos de subjetividade, individualidade e técnicas de esquadrinhamento disciplinar que tornaram o indivíduo útil a produtividade.
       Isso significa que o sujeito dócil, serviçal, constitui-se através de práticas diciplinares em instituiçoes de controle como : hospitais, prisoes, fábricas e escolas.
       A partir da segunda metade do século dezenove a humanidade passou a conhecer  o advento da técnica da sociedade de massas.
       Através da razão a a humanidade em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano, sucumbiu a um estado de babárie e regrassão social
      A razão tornou-se instrumental, relação calculada entre meios e fins.
      A idéia de sujeito acabado, pronto, estável deixa de existir. Sendo assim, o sujeito não é nada, como sugeriu Locke, uma tábua rasa, uma folha em branco, cujas impressões do mundo vão formando o núcleo da subjetividade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário