Aridez é essa a visão que me vem à cabeça quando penso na
minha falta de vontade de escrever, via um longo deserto a minha frente, um oco,
um fosso, não que não tivesse assunto, mas a preguiça me consome ou consumia
até o presente momento. O que me fez sair do ostracismo descritivo foi o fato
de me ver menos louca do que o normal, menos deprimida mais obrigada a voltar à
sanidade e me fazer forte pela necessidade. Acho que to mais louca do que o
normal. Vejamos qual a avaliação desta que vos fala: o cansaço do dia de
trabalho enfadonho, o filho que se descobre gay e todos os desdobramentos que essa
escolha exerce sobre ele, o pai imbecil com dificuldades patéticas a filha que
descobre aos vinte e quatro anos que “não sabe quem é” não sabe se quer o que
tem ou se vai à luta atrás do que lhe convém. Tenho medo de morrer antes de ensiná-los
a lidar com tais perrenges. Que Deus me ajude, tenho medo dele lembro sempre
quando preciso e rezo meio sem fé.
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